sábado, novembro 25

Good Vibes é o caralho!


Com o fim de uma vertente para o começo de outra como é característico no rock, a aproximadamente 8 anos atrás, algumas pessoas perguntavam o que iria acontecer no mundo da música.Com o fim do movimento Grunge e o Brit-Pop dando seus últimos suspiros, havia algo escondido lá pelos ensolarados desertos americanos,onde nasceu o Stoner Rock, estilo não muito popular, até considerado meio cult, mesclava punk,metal e psicodelia, relacionado ao uso de drogas alucinógenas. O nome do estilo(stoner = chapado) já esclarece tudo.
Depois do advento do Kyuss no começo da década de 90, Josh Homme, guitarrista e cérebro da banda, decide fazer algo novo, mas sem deixar de lado suas raízes stoners dos tempos de Kyuss. Acompanhado pelo velho clima de chapação stoner, Josh se reúne com diversos músicos para gravar Queens of The Stone Age, nome de sua nova banda. Ali começava uma nova trajetória de uma das bandas mais inovadoras desse século.
Quando se fala de QOTSA, todos mencionam Rated R ou Songs For The Deaf, mas resolvi fazer diferente e falar do primeiro disco, não apenas pra ser um "do contra" ou para aproveitar essa moda de eleger discos "B" entre preferidos, mas justamente por achar um disco subestimado. Talvez pela fraca divulgação ou pela falta de tendencionismo hype da época (graças a Deus),o álbum não emplacou como deveria, se fosse lançado hoje, com certeza seria intitulado como "a salvação do rock", gerando um desgaste para a paciência de qualquer pobre rockeiro. É mais ou menos como aquela tese que diz: se você elogiar uma garota em demasia,você acaba a estragando e com certeza ela vai te achar um babaca. No entanto, o álbum não perde em nada para toda essa galera hypada (palavra nojenta,eu sei...) como Strokes, Libertines, Killers e etc.

O disco abre com Regular John,bateria esperta e a sujeira pesada da guitarra com um cheirinho grunge. Talvez Josh tenha herdado um pouco da podreira grunge de Mudhoney e Nirvana na sua época de roadie em Seattle. Uma excelente música que Josh canta angustiado procurando por uma suposta garota pelo telefone. No final da música você até ouve os "tu,tu,tu,tu" de ocupado, feito provavelmente por uma guitarra. Não achei palavras para descrever o refrão dessa música. Fico devendo, ok?!

Avon é uma daquelas jams do Desert Sessions, projeto paralelo de Josh. A faixa uni peso e psicodelia, apenas com guitarras. Se deixe levar mas tome cuidado para não voar com os "do do do..." do refrão. If Only é a faixa mais delicada do álbum,com um riff simples e eficiente, acompanhada por solos melodicos durante a música.
Walkin' On The Sidewalks e seu riff robotizado, revela o virtuosismo de Josh na guitarra, mas sem exageros. A letra com um ar hedonista, fala sobre o domínio de maquinas no futuro,pelo menos foi assim que interpretei. "They’re gone, I’m gone in space", canta Josh no refrão.

Não muito diferente da anterior, You Would Know também explora um lado virtuoso repetitivo, porém com um andamento mais calmo. Músicas com aquele ar futurista, como se robôs tivessem tocando guitarras, daria uma bela trilha para algum filme de ficção. Tente ficar indiferente ás explosões guitarristicas de How To Handle A Rope, essa com um final matador.
Logo depois, você ouve o baixo soturno e intimidador na introdução de Mexicola, como se o mesmo tivesse antecedendo toda a porrada sonora que estaria por vir. A instrumental Hispanic Impressions (essa que virou fundo musical de vinhetas da mtv Brasil, a anos atrás) mostra rapidez e todo o entrosamento entre bateria, guitarra e baixo.

O álbum segue com a misteriosa balada You Can't Quit Me Baby. A Letra suicida e o riff grudento dão um toque sombrio na música.O engraçado é que ao longo dela, o andamento é obscuro mas termina de uma maneira cômica, com guitarras brincando no final da música.
Give The Mule What He Wants também não deixa esconder no que diz respeito de todo o lado obscuro e sombrio do Queens, Josh canta de uma maneira trágica no refrão como se estivesse caindo de um penhasco.
O disco encerra com a relaxante I Was a Teenage Hand Model, a mais misteriosa de todas. Totalmente experimental, cheia de barulhinhos secretos e vozes, percebe-se uma pequena influência de Velvet Underground. Insana!
Um disco incrível. Me fascinou o jeito básico do Queens fazer rock, dando dimensões as músicas com apenas guitarras. Nada de sintetizadores e barulhinhos eletrônicos, um grande começo para uma grande banda.

Desculpe pela preguiça, mas não estou com saco para upar o álbum e nem achei nenhum link, deixo aqui embaixo uma apresentação da banda tocando Mexicola ao vivo no Big Day Out.

http://www.youtube.com/watch?v=rdDMRogeg2M

CYA!

2 comentários:

Unknown disse...

vai conhecer Dândi meu filho,rock na veia é nois,tamo aí na atividade!
hehe

Anônimo disse...

Putz, essa foi a primeira resenha que consegui fazer faixa por faixa sem pular nenhuma, o disco é tão bom que não abri mão disso,hehehe