segunda-feira, novembro 6

Apenas dance a balance a cabeça



Salvação do rock?
Novo Kurt Cobain?
Strokes Australianos?

Caros leitores deste humilde blog, vocês já devem ter ouvido por aí esses lapsos de genialidade por tiozinhos formadores de opinião como o Lucio Ribeiro.Mas será que todas essas pérolas podem ser direcionadas ao The Vines?
Oh sim, The Vines, vocês ainda se lembram deles?
Ok, antes que você pense que estou aqui pra detonar essa banda,coisa que para algumas pessoas é quase como um prazer sexual, esse texto é para chegar num consenso sobre os próprios.
Voltando em 2002, o mundo abria as pernas para o fenômeno chamado The Vines, pegando carona na ondinha garagem retrô junto com bandas como Strokes,Interpol,Hives e etc, o primeiro álbum Highly Evolved emplacava nas listas de melhores discos do ano,rocks estridentes como Get Free e Outtathaway no topo da paradas e o front-man Craig Nicholls remetendo a porra louquice de Kurt Cobain, como um símbolo sex,drugs and rock and roll, aprontando dentro e fora do palco.
Marketing e atitudes extravagantes à parte, a banda dava o que falar, para o bem ou para o mal, mas você me pergunta: O que isso tem a ver com a música?
Músicas simples garageiras, ok?
Nada de novo?
Talvez, mas quem iria resistir a uma Get Free? é claro que a molecada iria sair atrás para comprar o álbum,afinal, tudo isso faz parte da angustia aborrescente,vide Nevermind, por exemplo.
Já nos anos seguintes, o comportamento de Craig se tornava mais excêntrico,como brigas no palco e agressões a jornalistas.De fato, tudo isso influenciaria no segundo álbum, Winning Days de 2004, onde toda a fúria “vineana” do primeiro álbum,era substituída por psicodelia.
Depois de um tempo sumido, eles voltam aos trancos e barrancos para gravar o terceiro álbum.Craig com visual diferente, 5 anos mais velho,como se tivesse voltado a morar com os pais em Sidney e sem aquele aspecto “meleca no nariz”, mas com a inspiração renovada.
Vision Valley chega a ser uma continuação de Winning Days,porém com o comportamento entusiasmante de Highly Evolved .
Anysound abre o álbum de maneira arrasadora,o que não é novidade até aqui se tratando de Vines.A música te leva aos anos 60,dos riffs grudentos de Dave Davies (The Kinks) aos berros dementes de Cobain, mas tudo de um jeito Vines,enfim,Kinks,Nirvana...com essa mistura só podia resultar em uma coisa boa.Na música, a mesma formula de Ride do segundo álbum, mas Anysound consegue ser mais direta.Em Ride, Craig convidava a garota para passear, enquanto em Anysound, ele a puxa pelos cabelos , apalpa seus seios e a pede para o matar.
Em seguida Nothin’s Comin’ mostra um cheirinho de Stooges, indiretamente ou não, apenas imagine o grande Iggy cantando essa musica de pijama ou coisa que o valha.
A maturidade surge em baladas como a ensolarada Candy Daze e a tristinha faixa título Vision Valley, essas duas capazes de fazer Paul McCartney convidar os australianos para tomar um chá.
Don’t listen to the radio, com um refrão afiado, representa o que diz o titulo dessa resenha.Logo depois troque as dancinhas e palmas pelos berros de Gross Out e Fuck Yeh, músicas curtas com menos de 2 minutos.A referencia punk aparece no álbum, coisa que tentaram nos álbuns anteriores, mas somente nesse conseguiram de um jeito rápido e rasteiro.
Até aqui tudo bem, álbum perfeito até você encontrar um excesso de glicose em Take Me Back ,enquanto a coirmã Going Gone fica mais para uma dor de cotovelo.Mas não se lamente por muito tempo, porque ainda tem espaços para musicas simples e interessantes como, Futuretarded , Dope Train e Atmos, essas com aquele chamado “cheiro de erva” e algumas tentativas de pegar Beatles na fase inicial e leva-los para um lugar mais moderno.
Spaceship fecha o álbum com classe, faixa épica do disco com 6 minutos de duração.Uma agradável viagem espacial, com guitarras chorando e se entrelaçando no desfecho da música, me arrisco a dizer que é a melhor balada feita pela banda.
Algumas irregularidades aqui e ali, mas no fim o saldo é positivo, o Vines ainda mostra que não queimou todos os cartuchos e tem algo de interessante para nos mostrar.
Salvação ou perdição do rock, seja lá o que for, mais uma vez não consegui ficar indiferente.

Deixo aqui embaixo o myspace da banda e uma apresentação ao vivo.

http://www.myspace.com/thevines

http://www.youtube.com/watch?v=IBLWCiF0Y9A

3 comentários:

Unknown disse...

eu ainda não ouvi esse disco mais recente da banda.alias acho que minha fase Vines foi só com o primeiro disco.mas gosto da falta de "pretensão" que eles tem e das porralouquices do Craig...hehehehe

ah claro,é da baladinha Country Yard.e a sua versão acústica dela,é a melhor,marido...hehehe

Anônimo disse...

Droga, ja tinha esquecido disso,hahaha

Anônimo disse...

Uma vez eu domi escutando esse álbum, e juro que quase tive um treco. Sério. É intrigante. Dá medo às vezes.
Mas que é bom, é!

:*