sábado, abril 7

Mais Nostalgia


Seria possível mencionar a palavra rock sem falar de The Kinks?
Não sei quanto a você, meu caro amigo (a), mas pra mim seria impossível. Deixando um legado de ótimos álbuns e inúmeras influências, ao exemplo dos Beatles, o Kinks também entraria nessa turma que ajudaram adiantar o rock em anos na efervescente e transgressora década de 60. Considerado por muitos como os pais do rock pesado, no começo da década de 60, os Kinks lançavam clássicos como You Really Got Me, All Day and All of the Night, e entre outros hinos jovens. O guitarrista Dave Davies, enfiara uma caneta no alto falante de um amplificador e assim surgia a distorção, enquanto seu irmão Ray Davies cantarolava com sua voz rouca sem-vergonha e seu charmoso sotaque britânico. Não apenas no som, mas em atitudes arruaceiras como sabotar shows de bandas alheias e falar sobre coisas sociais nas letras, encontradas em músicas como Dead End Street, e Yes Sr, No Sr, ou seja, relatos sobre a pobreza de uma sociedade capitalista e toda decadência do exercito britânico, tudo isso com um toque de ironia e escárnio, enquanto os 4 rapazes de Liverpool cantavam I Wanna Hold Your Hand, sem querer desmerecer os Beatles, é claro, mas nesse ponto os Kinks tiveram mais culhões do que os Beatles, que me desculpe os beatlemaniacos.
Apesar de seus esses méritos, os Kinks não atingiram uma popularidade merecida por vários motivos. A banda foi proibida de pisar nos EUA por algum tempo durante a chamada Invasão Britânica e talvez isso tenha contribuído para uma espécie de esquecimento, sem falar que os irmãos Davies, adoravam uma briguinha e isso na época não era nada bom para o marketing da banda (sorte dos Gallaghers, né?). Porém, isso não diminui a importância da banda para o rock, tanto que ela foi reverenciada no começo do movimento punk, brit-pop e até no rock atual, onde você encontra muitos influenciados.
Assim como a maioria das bandas no meio da década de 60, o Kinks também se deixou levar pelo experimentalismo e psicodelia, em busca de uma sonoridade mais sofisticada e pop. Os Beatles iriam para India em meio a baforadas de maryjuana e doses de ácido, o The Who criaria a ópera-rock, Brian Wilson "cozinhava" para fazer o Pet Sounds, enquanto os Kinks se fechavam em uma tradição de música tradicional britânica, que apesar de não ser algo tão abrangente, não deixa de ser um prato cheio pra você que gosta de música pop de qualidade. Sem fazer algo perto de música clássica como Eleanor Rigby, por exemplo, o Kinks buscava uma sonoridade mais simplória e cativante, com referências de Folk, Blues, Country e etc. Nesse tempo de maturidade, sairiam ótimos álbuns como Something Else, Arthur e Village Green Preservation Society, e Ray Davies se afirmava como um dos melhores compositores de uma geração, compondo músicas para todos os gostos, ao contrário de muitas bandas que apenas se debulham sobre sua tristeza e melancolia. Ray compunha de historias de travestis (Lola) até temas mais populares, como a história de algum tiozinho simples e trabalhador do subúrbio.
Os trabalhos da década de 70 não tiveram um impacto muito forte com o público como nos trabalhos anteriores. A banda voltaria ás paradas de sucesso na década de 80, começo da “geração mtv”, com o single Come Dancing.
No entanto, eu levaria muito tempo para falar de todos os benefícios que os Kinks trouxeram para o rock, seria uma lista imensa. Nomes como David Bowie, Iggy Pop, Van Halen, Supergrass, Blur, Oasis, The Vines,Queens Of The Stone Age e muitos outros que beberam muito nessa fonte e regravaram suas músicas.
God Save The Kinks!

Um comentário:

Anônimo disse...

respondendo a pergunta: nao. nao é possível mencionar a palavra rock sem falar de The Kinks.

voce citou o QOTSA. Eles vão lançar um disco novo é Junho. Voce pode até não fazer a resenha, mas ouvir sim! (: