sábado, junho 30

Easy Tiger


Depois de andar confessando em entrevistas e aos quatro ventos que quase morreu devido ao uso extremo de drogas, Ryan Adams está prestes a lançar seu 9º disco, Easy Tiger. Em tempos modernos como esse, claro, o cd já vazou.

Acompanhado pela sua banda, The Cardinals e mais satisfeito em agradar a si próprio sem apelar para experimentações, Easy Tiger mostra um Ryan à vontade com o seu velho violão e sua velha banda.

Desde Whiskeytown não se ouvia canções tão suaves e simples. Muito tempo empunhando uma guitarra deixou um resquício de agitação nas letras e melodia de Adams e agora ele volta com vocais brandos, refrões longos e a bela companhia de banjos, gaitas, pianos e alguns amigos cantarolando canções que parecem ter sido feitas num mar de calmaria.

É, parece que a vida de speedballs e tragos já se foi. O tigre virou gato e tudo anda so easy!

Ryan Adams - Easy Tiger (2007)
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sábado, junho 23

O Cheiro do Ralo


Com o cinema nacional numa espécie de evolução, resolvi então assistir O Cheiro do Ralo, nesses seus últimos dias de cartaz. Não conheço muito sobre o trabalho do Lourenço Mutarelli, mas só por esse filme, bateu uma curiosidade de ir atrás do resto das obras dele.
O "humilde" orçamento de 300 mil reais, foi o bastante para o diretor Heitor Dhalia fazer um trabalho impecável. Sem apelar pra clichês brazucas como sambão, favelas e trilhas sonoras melosas.
Filmado na zona leste de São Paulo, o Cheiro do Ralo conta história de Lourenço (pelo jeito, alter-ego do mesmo citado acima). Interpretado por Selton Mello - um dos atores mais bacanas do cinema brasileiro, Lourenço é um neurótico escroto que não gosta de ninguém. Trabalha numa loja de penhores, na qual recebe clientes tão bizarros quanto ele. Não tem muita preocupação em ser simpático com eles. Sua única preocupação, é que as pessoas pensem que aquele cheiro horrível do ralo seja dele, e não do própio ralo. E já que estamos falando de um filme brasileiro, nesse filme também é retratada uma de nossas maiores paixões: a bunda!
Ao almoçar num boteco sujo, Lourenço cria uma fixação pelo belo traseiro da garçonete e sonha em possuir aquela bunda a qualquer preço.
Apesar da excentricidade de seu personagem, Lourenço não é só aquele cara pessimista, individualista e sacana. Mesmo com toda escatologia que caracteriza Lourenço, se nota um pouco de sensibilidade do próprio e a angústia que a vida da nossa sociedade trivial e rotineira pode nos causar.
Não vou dizer que o filme é uma lição de vida e toda essa baboseira piegas de novela das 8. Só posso dizer que o cinema brasileiro precisa mais desse tipo de filme, que fale mais de Lourenços, Zé Pequenos e outros Anti-Heróis da vida.

terça-feira, junho 19

Todos Os Tempos- Cachorro Grande


O rock retrô dos gaúchos do Cachorro Grande, sempre chamou muita atenção da cena alternativa do rock brasileiro e do mainstream, esse último desde o lançamento do Pista Livre, de 2005.
A despretensão e espirito rock and roll dos trabalhos anteriores, dão espaço para o caráter pop de seu mais novo álbum, chamado Todos os Tempos.
Apesar da boa produção e de belos arranjos intrumentais, o Cachorro Grande faz um álbum menos conciso que os anteriores. Todo aquele mix de Beatles, Kinks, Who, Stones e outras influências sessentistas que você encontrava nos primeiros álbuns dos caras, ganha uma roupagem mais moderna. Parecido com o brit-pop que Oasis e Supergrass faziam na década de 90.
Encontram-se boas músicas como Você Me Faz Continuar, Sandro e a solene e melancólica Na Sua Solidão. Músicas maduras como essas, que se misturam com bobices adolescentes encontradas nas faixas Conflitos Existenciais e O Certo e o Errado, sem falar da terrivel Nada Pra Fazer, composta pelo baterista Gabriel Azambuja.
Não sei se pelo fato de todos integrantes estarem compondo, mas a soma final do álbum, acaba ficando tosca e desiquilibrada.


O divertido Cachoro Grande, se mostra um cachorro meio perdido, igual cachorro que caiu do caminhão de mudanças, se me permitem a infâmia.


quinta-feira, junho 7

Grunge is Dead? Então viva o Grunge!



Nessa última sexta-feira (dia 01/06), a banda norte-americana Mudhoney, se apresentou em São Paulo no recém inaugurado Clash Club, no bairro da Barra Funda – antes de se apresentar no tão aguardado Porão do Rock, Em Brasília.
Sendo um dos pioneiros do movimento grunge, o Mudhoney surgiu no fim da década de 80, através de sobras do Green River (antiga banda de Mark Arm) e outros músicos de Seattle, incluindo o guitarrista Steve Turner, que já tocará com Mark em projetos anteriores.
Lançado pelo saudoso selo Sub Pop, o Mudhoney aparecia para o cenário alternativo ao lado de várias outras bandas como Nirvana, Pearl Jam, entre outras que você está cansado de saber. O apelo underground sairia de Seattle até se espalhar pelo mundo, e assim o grunge tinha seus dias de glória que foram revividos nostalgicamente nesse show de sexta-feira.
Pequeno e aconchegante, o Clash Club, com capacidade para mil pessoas, só ajudava a reforçar a nostalgia dos tempos áureos do grunge. Um bom lugar para bandas de garagem tocarem, pois acaba sendo impossível falar de rock de garagem sem falar de um dos seus ícones principais, o Mudhoney.

O show foi ótimo como era de se esperar. O público se mostrava muito animado e participativo. A banda, descompromissada como sempre, porém, responsável.
Acima de tudo, vale destacar a simplicidade do Mudhoney fora dos palcos, que também acaba influenciando a banda dentro do mesmo citado. Gerando a irreverência e simpatia de seus integrantes, principalmente a de seu líder Mark Arm, se mostrando sempre humorado e sorridente.
O Mudhoney tocou cerca de 20 músicas com direito a 2 biss. Hinos como Touch me I’m Sick, Suck You Dry e Into The Drink. Essas e muitas outras canções conhecidas misturadas com covers e músicas de seu recente álbum chamado Under a Billion Suns.
Depois de muita sujeira e malvadeza, o show acaba. Quem não vai embora, fica esperando pela banda na saída do club. Em meio a cabelos ensebados e agasalhos de flanela, a banda sai do local ovacionada por parte de seus fans mais fervorosos.

Por mais que o grunge não exista mais, nota-se uma espécie de saudade de um lugar que você nunca foi, em uma época que você ainda provavelmente borrava as fraldas ou assistia carrossel.
Mais uma vez o primo pobre do grunge tem o seu reconhecimento mais do que merecido em terras tupiniquins.



*Provável Set List:

You Got It
Suck You Dry
Where is The Future
Intro The Drink
I Have To Laugh
No One Has
Sweet Young Thing Ain´t Sweet No More
Touch Me I'm Sick
New Meaning(New Song)
It it Us
Fix Me(Black Flag)
You Stupid Asshole(Angry Samoans)
Mudride
In 'n' Out of Grace
Who You Driving Now
Inside Job
Hate The Police(The Dicks)
Get Into Yours
When Tomorrow Hits
The Money Will Roll Right In
Here Come Sickness





sábado, junho 2

The Con


O novo cd da dupla canadense Tegan and Sara já vazou. The Con que está com lançamento previsto para 24 de julho caiu rapidamente na rede,graças a um fan das garotas. Eu como fan também tratei logo de baixar e saber logo o que estava por ouvir. E não me decepcionei!

Com um som um pouco mais maduro,mas sem perder a originalidade que tanto invade a mente twin dessas garotas, The Con é um álbum viciante. Contando com a produção das próprias e do Chris Walla do Death Cab For Cutie, Jason McGerr também do Death Cab, que tocou bateria em algumas músicas, Matt Sharpp do The Rentals/Weezer gravou sua linha de baixo nas músicas compostas pela Sara e Hunter Burgan do AFI para as da Tegan.

A primeira faixa I Was Married, faz a linha So Jealous, com um vocal harmônico e calmo. Logo o clima muda com a faixa título, The Con, que começa com uma levada nos violões e sintetizadores. Aliás ,nesse álbum ouve-se sintetizadores em uma grande parte das músicas. Are You Ten Years Ago, é quase um rap indie, com uma base só de batidas. Já Back In Your Head tem uma levada mais pop e refrão grudento como foi com Walking With The Ghost. O mesmo acontece com Burn Your Life Down, Nineteen e Foorplan, faixas que devem ficar no repeat de tão legais que são. Dark Come Soon é um pouco como título e soa como a mais produzida entre elas. E sem deixar o velho indie folk rock, Call It Off faz o gênero.

Do mesmo jeito que é tão difícil diferenciar as duas, já que são gêmeas idênticas, é encontrar material delas aqui no Brasil. Mas quem gosta e pretende ainda assistir um show da dupla não custa nada ir no myspace delas e deixar uma mensagem fazendo aquele famoso apelo..hehehe.

Tegan and Sara - The Con (2007)
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