sábado, maio 26

Cansei de ser caipira


O terceiro álbum do Kings of Leon chamado Because Of The Times, já foi lançado, e pelo jeito foi um desses álbuns que dividiram opiniões. Quem não achou uma porcaria, certamente o coloca entre os melhores do ano, mas eu prefiro ficar em cima do muro em relação a isso.

Não é mais surpresa aquele declínio de criatividade ou mudança na estética musical que notamos no segundo ou terceiro trabalho do artista. Quando a banda não busca novos horizontes, permanecem fincados no mesmo tipo de som por álbuns e álbuns, o que acaba sendo chato. Por mais que a banda possa perder um pouco do peso e animação, sempre fui a favor de mudanças. Neste trabalho mais recente do KOL, você as percebe. Logo de cara você ouve Knocked Up, a épica faixa de abertura, 6 minutos de mistério que parece não terminar.

A influência indie-country-rock (seja lá o que for) dos primeiros álbuns, também dão as caras neste. No entanto, misturado a psicodelia e agradáveis melodias pops como On The Call e The Runner. Em meio a tantas faixas esquisitas, Charmer não se diferencia desse aspecto, com uma linha de baixo bastante tensa que dá um toque punk na música, junto com gritinhos eufóricos de Caleb . Uma das melhores faixas do álbum que poderia virar um single, mesmo não tendo um apelo comercial forte.

O KOL faz um terceiro disco não muito consistente, mas surpreendem seus fãs e quem duvidava do potencial da banda.. Está quase lá, digamos que seja um álbum nota 5, mas não foi dessa vez que a família Followill "acertou o braço".




Download Because Of The Times

quinta-feira, maio 17

As minas do riot



'Tudo que é bom dura pouco',já dizia o ditado. E nele inclua bandas de rock também. Foram 11 anos de muito riot-grrrl e a Sleater-Kinney resolveu dar a famosa parada indefinida.Os próximos shows serão os nossos últimos. A partir de agora, não há planos para turnês ou gravações”, é o começo de um texto que as meninas publicaram no site oficial da banda em julho de 2006 www.sleater-kinney.com e logo depois,em agosto, fizeram um show pra alegria e tristeza de muitos fãs.

Formada em 1994 na cidade de Olympia, Washington, sob influência do movimento riot grrrl, mais precisamente do rock visceral e com ideais feministas praticado por bandas como Bikini Kill, a Sleater-Kinney tinha inicialmente em sua formação Carrie Brownstein [vocal - guitarra], Corin Tucker [guitarra - vocais] e Lora McFarlane [bateria]. McFarlane deixou a banda em 1996, após o lançamento do segundo álbum, o Call the Doctor, pela Chainsaw Records. A mesma gravadora que já tinha lançado o disco de estréia [que levava apenas o nome do trio] em 1995. Com Janet Weiss assumindo a bateria, a Sleater-Kinney lançou em 1997 o seu primeiro álbum, Dig Me Out, pelo selo Kill Rock Stars. Na seqüência vieram The Hot Rock [1999], All Hands on the Bad One [2000] e One Beat [2002].Em [2005] lançaram The Woods,considerado o álbum mais cru da banda.

Essas três mulheres realmente agitaram a cena, mesmo não sendo uma banda tão exposta a mídia.Na grande maioria dos festivais elas marcavam presença juntamente com bandas como,Le Tigre,Bikini Kill,Bratmobile,L7 e outras.Não é a toa que hoje em dia várias bandas de garotas são influenciadas pelo riot-grrrl,um grande exemplo é a banda paulistana Dominatrix.
É por tudo isto que a Sleater-Kinney se assumiu como uma banda diferente e interessante. Mas o importante foi talvez o assinalar de uma clara ruptura com o panorama musical atual.E louvadas sejam elas por isso!

Sleater-Kinney Live at Washington,DC (the last show)





segunda-feira, maio 7

Scoop


O mais recente trabalho do cineasta Woody Allen, já saiu em cartaz há algum tempo. Scoop - O Grande furo, conta com a presença de Hugh Jackman e Scarlett Johansson, a nova queridinha de Woody, que tinha estrelado em Match Point, de 2005. E ao contrário do que aconteceu em M.P, Woody sai de trás das câmeras e contracena com a atriz.
Autor de clássicos como Annie Hall, Crimes e Pecados e entre outras pérolas, W.A sempre nos presenciou com situações hilariantes e conflitos amorosos e dessa vez não foi diferente.
As comparações com as obras primas consagradas do diretor, acabam sendo inevitáveis, principalmente pelos fãs mais antigos. Mas WA mostra que ainda pode nos garantir boas risadas.
Rodado em Londres, o filme conta história de Sondra Pransky (Scarlett Johansson), uma jovem estudante de jornalismo que decide investigar uma série de assassinatos que ocorre na capital inglesa. Sondra conhece o mágico Sidney Waterman (Woody Allen), que após envolve-la em um de seus truques, dentro de uma caixa, ela acaba encontrando com o espirito de Strombel (Ian McShane), um repórter que fora morto recentemente. Contudo, o espirito acaba ajudando Sondra a achar um dos suspeitos que se chama Peter Lyman (Hugh Jackman), um aristocrata inglês.
Sondra e Sidney vão a fundo na investigação, mas Sondra acaba se apaixonando pelo suspeito.



A mistura de suspense, comédia e romance, faz lembrar Broadway Danny Rose, principalmente se levar em consideração a trama envolvente do filme. Através de sua perspicácia humorística em meio a tiradas sarcásticas e inteligentes, WA mais uma vez nos faz jogar nossos prozacs pela privada.

terça-feira, maio 1

Favourite Worst Nightmare



Banda formada no começo da década pelo vocalista e guitarrista Alex Turner, os ingleses do Arctic Monkeys se tornaram sensação do rock mundial com seu debut Whatever People Say I Am, That's What I'm Not, lançado em 2005. Das gravações caseiras jogadas na internet, para capas de revistas personalizadas, pode-se dizer que o A.M são um dos novos queridinhos dessa trupe indie.
Hoje em dia, a velocidade com que uma banda possa chegar ao sucesso, pode ser a mesma que leve ela para um abandono, devido a esse fervilhão em cima das pobres bandas e a tentativa desesperadora de se lançarem a cada semana novos "Kurt Cobains" e "Neverminds". Tá, mas e daí?
O que interessa, é que O ultra-estimado Arctic Monkeys está de volta com o segundo álbum chamado Favourite Worst Nightmare.
Exageros á parte, o A.M está longe de ser uma banda revolucionária, são apenas rapazes que fazem seu som honesto e divertido. A inquietação jovem mostrada no primeiro álbum também se repete no segundo, assim, revelando a limitação da banda ao optar por não fazer algo mais atrevido e diferente.
Canções como Brainstorm, Teddy Picker e Fluorescent Adolescent mostram o melhor do A.M: rapidez e eficiência suficiente para levantar qualquer defunto em uma pista de rock.
Ao longo do álbum, você percebe uma certa repetição em musicas como Only ones who knows e If you there, beware, faixas que nos lembram Riot Van e Perhaps Vampires is a Bit Strong But... do primeiro álbum.
O que foi feito anteriormente, parece se repetir agora de uma maneira diferente: uma produção mais cuidadosa, limpa e investindo em climas soturnos e pequenos elementos psicodelicos.
A regularidade e precisão estão presentes nesse álbum, sem tantos altos e baixos. Turner ainda continua se mostrando esperto nas letras e habilidoso musicalmente junto com seus outros companheiros de banda, mas deixa evidente que não é um tipo de trabalho que possa a ser novidade pra quem já conhece o som do A.M.



Basta esperar o que os Macacos Árticos possam aprontar para nós no futuro.


Arctic Monkeys - Favourite Worst Nightmare (2007)
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