terça-feira, outubro 31

Tim Festival 2006, será que valeu a pena? Sim Sim Sim!


Ingresso salgado, localização horrível, mas como sou uma pessoa que não tem vergonha na cara, acabei comparecendo ao festival.
Chegando ao local, fila de dobrar o quarteirão, expectativa enorme como é de se esperar.Na entrada me deparo com Fabio Massari e Lucio Ribeiro conversando, nem imagino qual seria o papo, talvez não fosse grande coisa, apenas deduzi que seria um festival para toda trupe de indies miseráveis contarem para seus filhos e netos no futuro.

Mas vamos ao que interessa:

O festival começa mais ou menos com 40 minutos de atraso, mas tudo bem, show de rock é assim mesmo, apenas cale a boca,beba e espere começar.
Entra no palco o Mombojó,grupo que queria muito assistir para ter uma opinião formada.Banda legal, ótima presença de palco, principalmente do vocalista , mas não posso te dizer que fiquei apaixonado por eles, deixo para desvendar mais tarde o fantástico mundo do Mombojó.

Logo em seguida Tv On the Radio, típico nome da banda indie, o baterista se não me engano é a cara do vocalista do Block Party.Devido a minha inquietude acabei não vendo o show e zanzando por lá.

Thievery Corporation idem,apesar do show ser interessante, apenas fiquei sentado com cara de poucos amigos esperando pela próxima banda entrar no palco.As primeiras músicas começam com uma citara e uma mulher brasileira (que no momento me foge o nome) cantando, depois entram no palco sujeitos com cabelo rastafari, cantando um hip-hop dançante com ritmo meio tribal. Nesse momento me senti próximo á África, seja como for, valeu pela diversidade musical do festival.

Agora sim, depois dos 3 shows mais demorados da historia, o ponto alto do festival.
O Yeah Yeah Yeahs entra no palco,Karen O com uma roupa maluca grudada no corpo, igual aquelas apresentadoras infantis dos anos 90, o baterista Brian Chase com aquela pinta de nerd e o guitarrista Nicolas Zinner com seu aspecto franzino e frágil.
Infantil, nerd e frágil?
Nada disso, dali em diante você presenciaria o oposto de tudo isso, uma das apresentações mais selvagens que já vi em toda minha insignificante existência.
A banda abre com Turn Into, faixa do recém lançado Show Your Bones.Na música, toda a felicidade estampada no rosto de Karen, uma mulher com a alegria de uma criança.Em seguida, deixando a inocência de lado em troca da fúria punk nova-iorquina, a banda toca seus rocks mais conhecidos, levando o publico a loucura.
Te digo que banda me surpreendeu ao vivo, antes disso tinha assistido umas apresentações pelo youtube, e não tinha achado lá grande coisa, as músicas saiam meio tortas, principalmente a guitarra de Nick Zinner, mas nesse show foi completamente diferente.Karen estava possuída, dançou e gritou do inicio ao fim, sempre muito leve e criativa com o corpo, ela tinha toda a performance a seus pés.Como um domador de leão, Karen fazia o que bem entendia no palco,mudando o tom de voz e controlando o microfone como se o mesmo fizesse parte do seu próprio corpo .Foi um estouro, não tinha visto nada parecido desde o show do Iggy and The Stooges o ano passado.
Mas não pense que só de “Karens” que vive uma banda,Brian Chase é um ótimo baterista, sempre improvisando suas batidas. Em um momento do show, chegou até a tocar com apenas uma mão...não se espante com minha empolgação, já tentei tocar bateria mas não tenho a mínima coordenação, então pra mim foi uma grande coisa ver aquilo.
E o que falar do pequeno grande guitarrista Nick Zinner?
Quem o vê pensa que ele não sabe tocar, é como se ele fingisse que não soubesse tocar, mas é incrível você ver toda aquela coisa magrinha no palco se movendo ferozmente com sua guitarra.Pode se dizer que ele é o cérebro da banda, com sua guitarra consciente em cima do palco, fazendo efeitos com teclado e mostrando-se um guitarrista moderno.Já o escondido quarto integrante Imad Wasif, faz toda a sonoridade da banda ao vivo fluir redondamente com teclado,violão e seu discreto baixo.
Agora imagino como se sente Karen O, com toda essa muralha de músicos competentes ao seu lado, uma espécie de muralha na qual oferece toda proteção a ela, fazendo do palco para si mesmo, um lugar comum como uma piscina de bolinhas.
Voltando ao show, Maps e The Sweets dão o clima romântico para a noite, toda a platéia troca o ar blasé pela secura de garganta e olhos lacrimejantes.Entre uma música melódica e outra pesada, Karen continua contagiante no palco, rolando no chão, dando rajadas de água pela boca para o alto, numa espécie de chafariz humano,divertindo a platéia e interagindo com a mesma, a ponto de arrancar comentários lá de baixo do tipo :”essa mulher deve ter umas 3 cristas de galo...”.
Na certa, o sujeito que falou isso estava esperando para ver todo rock robotizado do Daft Punk, ele jamais conseguiria entender aquilo ou apenas estivesse embasbacado com tamanha humanidade demonstrada pela cantora.
Pois é, um show foda, queira ou não, a noite foi do Yeah Yeah Yeahs, o suficiente para eu sair do lugar e dizer: “foda-se o Daft Punk,vou pra casa”.

domingo, outubro 29

Be Your Own Pet - Be Your Own Pet

Uma banda de adolescentes. Agora você pensa que é uma banda imatura, sem nada a acrescentar, insossa, igual a muitas outras que aparecem. Mais um hype. Não é bem por aí, não. Tá certo, não é a nova salvação do rock ou algo similiar, e nem seria capaz de dizer uma baboseira dessas. Mas é uma banda muito boa, nova, e que tem muito para mostrar.
Jemina, Nathan, John e Jonas. Eu não sei se eles ficarão famosos ou não. Se algum dia serão reconhecidos por ter revolucionado o cenário musical da nossa época, mas isso não importa, vamos ao que interessa.
Começamos com a vocalista Jemina Pearl (não, nada a ver com Pearl Jam), dizem que é uma cópia da Karen O. Eu já não acho isso. Acho que ela queria ser mesmo a versão feminina do Iggy pop, já que ela mostra muita agressividade no palco. Claro que também não chega as loucuras de Iggy, ele está em outro patamar. Mas o resto dos integrantes da banda também se mostram muito bons ao vivo, lançando toda a energia deles no palco.
Tá, vamos ao que interessa aqui, que é o álbum de estréia deles, que é homônimo.
O disco começa muito bem com as faixas Thresher's Fail, Damn Damn Leash e Bicycle Bicycle You Are My Bicycle, mostrando toda a agressividade do grupo, canções rápidas e que tem fazem querer gritar junto com a vocalista. Em destaque a Damn Damn Leash por ser o primeiro single deles, que foi produzido muito antes do disco ser lançado, já dava para notar o que vinha por aí.
Depois de um começo desses, o resto nem importa... hehe é claro que não. O disco todo é recheado de músicas porradas, uma mais que a outra. Aliviando um pouco só com na October, First Account Track. Mostrando um belo disco punk, já que contém influências claras como Stooges e Mc5. Se você procura música cabeça aqui, esqueça!
Para saber mais sobre a banda, acesse:
http://www.beyourownpet.net/ ou http://www.myspace.com/beyourownpetmusic
Na página do myspace eles facilitam o trabalho de qualquer um que tente resumir o som deles: "a kick in the ass"
Para vocês verem alguns videos bem bacanas deles, siga os links:
Clipe de Adventure:
http://www.youtube.com/watch?v=DnIB8Nt9Wh0
Bicycle Bicycle You Are My Bicycle (ao vivo no Conan O'Brian):
http://www.youtube.com/watch?v=CjyP_qsu1uo
Thresher's Fail (ao vivo no Leeds Festival):
http://www.youtube.com/watch?v=sXyLE08q5ps

sábado, outubro 28

Jogue seu viagra pela privada


Pelos lados lascivos da quente Los Angeles, entre uma bebedeira em que um dos presentes é Deus, ops, digo...Josh Homme, não poderia resultar em coisa séria. Uma ironia feita ao Poison dá o surgimento ao nome de uma banda.Eagles of Death Metal, esse seria o estilo do Poison segundo o vocalista e guitarrista Jesse Hughes.Mais nada de cabelos longos e virtuosismo.O negócio aqui é esporro e diversão.Projeto Paralelo do lider do Queens of The Stone Age, o Eagles of Death Metal lança seu segundo disco chamado Death By Sexy. E como vocês sabem, dessa vez Josh troca o vocal e sua poderosa guitarra pelo banquinho e baquetas, também se afirmando como um baterista de responsa.Sem mais delongas, o EODM faz um segundo disco mais coeso.Diferente da irregularidade do primeiro álbum de 2004 (Peace,Love and Death Metal).Chega a ser dificil chegar num acordo para rotular o som da banda, poderia dizer que segue uma linha garageira e hard- rock, como no primeiro disco do QOTSA, porém alegre e descompromissada.Músicas marotas e letras sexistas, rock esperto para ligar no último volume, 1 2 3 e começar a putaria!Sem questionamentos sobre inovação musical e bla bla bla, o som do EODM te faz lembrar de tudo de bom já feito no rock, associando o lado pedra lascada rock 'n roll, rocks etílicos, esporrentos, energia sexual e afins.Deixo abaixo o link para download, Deliciem-se!

http://rapidshare.com/files/795269/eagles_of_death_metal_-_death_by_sexy__2006_.rar.html

terça-feira, outubro 24


Será que vale?
Há um mês atrás, estava curiosa para saber quais seriam as bandas que viriam tocar no Brasil no 2º semestre, já que é nessa época que os festivais começam a bombar. Muito se falava do Tim Festival , Nokia Trends e do Curitiba Rock Festival, esse último uma icógnita até agora. Bom ,como o Nokia ainda vai demorar um pouco e o Curitiba ainda não se sabe, vou tecer meu breve comentário sobre o Tim Festival.
Esse ano o famoso festival que acontece a cada ano em algumas cidades, terá como destino: Rio de Janeiro (27 à 29/20 - 22h30), São Paulo (27 à 29/10 - 20h30), Curitiba ( 31/10 - 19h) e Vitória (27 à 29/10 - 20h30), com atrações e preços variados para cada um, por exemplo, se você quiser assistir o show da banda Yeah Yeah Yeahs com a performance única da sua lead-singer Karen O no Rio de Janeiro, terá que desembolsar R$ 120,00, essa mesma banda fará show em São Paulo por R$ 180,00 e em Curitiba por R$ 80,00. Agora eu me pergunto, será que a Karen O vai fazer alguma mágica ou uma esquisitice a mais pro show de São Paulo ser mais caro? Não estou aqui querendo 'descer a lenha' na banda, longe de mim, até porque eu curto YYY'S, o que me deixa sem resposta é o critério de preços que a organização do evento vem adotando. Vejamos mais alguns exemplos, em Curitiba pra mim, eles fizeram a melhor seleção de bandas que poderia ter. Colocarão na mesma noite nomes como: Nação Zumbi, Patti Smith, YYY'S e Beastie Boys , e nem por isso o público da cidade terá que desembolsar uma quantia exorbitante para ver essas bandas. Fico imaginando quem saí de uma cidade,como Salvador, pra curtir essas bandas, com certeza terá que gastar a economia do ano inteiro ou então estar nadando em dinheiro. E então, vale a pena? O nosso amigo Paulo nos relatará a sua jornada ao TIM em um dos seus próximos posts!